CONFESSIONÁRIO:
DE TODOS OS MEUS PECADOS PEÇO PERDÃO
Começamos pela
leitura do que os outros pensam. Até aí, nos é negado grande parte do que
pensamos quando lemos.
Passamos a ler
mais rápido. Pulamos trechos. Ou nos abstraímos e nos exportamos da trama. Por
um tempo, lemos as palavras e nem sabemos o que estamos lendo. O pensar
submerge. Frases desconexas. Seguimos ou voltamos. No espírito pouco sobra,
porque as coisas ficam umas sobre as outras.
Bom é ler a
palavra para construir a personalidade que você lhe dá, mas eu escorrego, levo
tombos, fraturo-me. E ela, sobre o papel, tem identidade, independência, não se
abala com o livro que tombou, que sob o chão, inerte, aberto, folhas amassadas,
alisadas no dia seguinte pelo ledor envergonhado que não comenta, que não se
declara culpado. Não há culpa, teve sono.
E ele se diz: livro, mesmo o de encantamento,
é sonífero; livro faz a viagem acompanhado.
Concordo! Acho que tem um pouco do que conversávamos outro dia.
ResponderExcluirAbraço,
Lucas.
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