segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Não sabia das coisas deste mundo







A vida desmascara-se
diante do homem.
Sem dó tira-o do prumo,
desgoverna-o.
Ela tem uma só face.


Assediou a vida por felicidade
e nunca atinou
que ela é o ato de perseguir.


Buscou a trilha da solidariedade,
encontrou a aceitação
o amar sem retorno
a felicidade pelo outro
a humildade.
Não se preocupava em entender,
porque não era isso que queria sentir.


Quando percebeu a ira,
descobriu a entranha da palavra,
veio com ela
a imprevisibilidade da expectativa.
Desistiu da ânsia de acertar.


Como não era poeta
não havia o avesso de nada
para ser entendido.
Buscou o silêncio
que é a boa fuga.




domingo, 22 de janeiro de 2017

Não há poesia






Seu devaneio
não é que eu o continuei?
Eis a entrada do Jardim do Éden.
Achei-a no acaso
sob a fluidez do sono.

Foi isso que vislumbrei:
beleza cênica
frutas vermelhas em terra fértil
para a delícia do contrato-mágico
em atividade com as mãos
de que se gosta.

Onde se encontra esse recanto?

Só você sabe.
Só você
sem busca encontrará.

Lá nos veremos:
numa gota da chuva
num grão dessa terra
numa luz do nascente
num abstrato até.