Cada um de
nós
tem um
momento
que arrepia.
O gato
antevê o
cão
e cai
nas quatro
patas,
na
inércia.
O cão
adivinha o
outro
antes de
vê-lo
e não sabe
se é
perigo
ou
sexo.
Não se
quer ver a mulher
que cansa
da lida,
da
mesmice,
da
cobrança:
a blusa
está um lixo,
o
feijão está sem sal...
Não se
quer sentir
medo do
genro
que
infelicita a filha;
da nora
que adoece
o filho;
da filha e
do filho
que
escasseiam
a
água do jardim.
Por que a
morte sublima?
Porque é
consequência.
Por que o
medo locupleta-se
e vai além?
Porque
sim.
Não se quer ver
o medo da
dor;
da
estagnação
da vida do
outro que se esvai;
da cena
repetida
do
riso que compromete.
Não se
quer ver
o filho
ladrão
da
confiança
do sonho
da
esperança.
Não se
quer sentir
medo
da alma sem
invólucro,
do corpo sem
roupa,
da
cara sem filtro.
Não se
quer sentir
o medo
do
desconhecido encontro consigo mesmo;
do sair da
própria casa sem janelas;
da
carranca do sonho da noite;
da
realidade que não se pode domar.
Não se
quer o medo novo,
diário,
sem
fim.
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