terça-feira, 10 de maio de 2016

Pôr do Sol em si

      

Como o tempo não é uma ideia séria,
não é lamento
nem tristeza também.

Ao lado da bandeira   
quase em posição de sentido,
o braço do coração
parece acariciar a Pátria.

Compõem a cena
o vestido colorido
a face esmaecida
e sob as lentes,
os olhos
da certeza e do cansaço.

Eu me aproximo,
e os vejo,     
e só de bem perto,
e com a plenitude dos sensitivos,
emerge a explosão no cérebro.

Há uma década
ou quem sabe duas?
Ainda ouço os acordes finais
do Hino Nacional.
O sorriso da pose.
completa a imagem. 
                                                                                                                               
Não há tecnologia
que restaure o momento,
em que o sol não mais alcance,
daquele peito acelerado
pela emoção do orgulho.

O tempo apagou a luz
e ninguém mais ouvirá o que eu conto,
porque talvez não esteja aqui.

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